segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

mais um poema "pertubado" por minha sexualidade poetica.

Baratas

Dormiu.
As lagrimas umedeciam seu travesseiro.
Podia se ver em teu rosto a expressão de uma criança com medo,
Ou talvez a simples face do fracasso.

Enquanto dormia aquele sono,
Na esperança que tudo mudasse ao acordar,
As baratas caminhavam por seu corpo.
Deixavam rastros
Deixavam gostos

E as baratas entravam em sua boca
Entravam e saiam
Desciam caminhando, a procura de um calor no ventre.
Caminhavam, caminhavas,
Brindavam todo corpo com o toque de suas patinhas asquerosas

Seu corpo permanecia imóvel
Seus olhos se abriram
Sentia todos aqueles passos, pequeninos passos,
Por sobre teu corpo
Mas não se movia, apenas sentia.
Como se fosse tocado no intimo da alma, apenas sentia.

Seus olhos giravam e giravam
O corpo ainda imóvel
Ouvia tua própria respiração e teus batimentos cardíacos
Acompanhados pelo som das minúsculas patinhas
Na boca o entre sai das baratas parecia um beijo estranho
Estranho, porem lascivo.
 E remexiam teu ventre
Como se de fato o acariciassem
Sentiu-se teso afinal
Como se tudo não passasse de um louco sexo com baratas
Uma insetofilia ou apenas uma fantasia
Sexo com baratas, ele pensava, sexo com baratas.

Por fim, já estava em gozo.
Cerrou sua boca
Fazendo-se ouvir o estalar de uma barata que estourara ao golpe dos dentes
Levantou-se retirando aqueles pequenos insetos de seu teu corpo teso
Tirou por fim toda sua roupa
Estava nu, teso.
Levantou caminhou ate o banheiro
Lavou teu corpo, lavou teu gozo.
Olhou-se no espelho e pensou
Afinal qual a origem de tal devaneio

Seria tua paixão infantil por baratas
Ou ter lido alguns dias antes o livro “metamorfose”
Afinal, foi sonho, fantasia ou real?

Não se sabe, sabe-se apenas
De teu corpo nu, molhado e teso se olhando no espelho.





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