Se eu não fosse tão embriagado, o que eu seria?
O desejo vem de fraque e cartola, barba por fazer e sorriso de malicia. Que sorriso… vem com sua boca no extremo carmesim e lábios de mel. Seus grandes olhos negros, mentira… eles são castanhos eu mesmo os vi. Com seu sorriso de menina moca, como queria beijar aquela boca. Olhar de animal. Vestido… vestes… hei de tirar-te a noite, sob a vigília do sol e a proteção das estrelas. Que devaneio desejar assim, que devaneio imaginar teu corpo em mim. Mas imagino, você soprando quente ao pé do meu ouvido, tua barba roçando a minha, tua boca no canto da minha boca oferecendo leve caricia. ahhh eu imagino, o morder de leve e sentir. Imagino seu perfume trançando no meu. Teus olhos em minha alma. Quero sentir tua língua na minha boca e tua boca na minha língua. Não quero medir a loucura, quero saboreá-la. Então imagino, deve ser mesmo um sonho. Tuas mãos correndo meu corpo… imagino... Agora sinto teu membro no meu ventre. Sinto ou minto?
Estou louco a ponto de escrever o que sinto. Sinto sorver tua alma em teus ouvidos em beijos, mordidas e malicias. Sinto frenesi. Vem pra mim, eu quero você, estou pronto pra te receber. Tua face vermelha, macia e perfumada, tem um sabor de não sei o que, estou pronta num sorriso malicioso por você, eu sou boca e você um batom vermelho. Vem fazer estilhaços de mim, me desfazer, tirar minha alma, dilacera–me em teu caminho inconstante… eu papel, você agua. Saborear-se-á ao fim da noite quando as mascaras caírem e nos beijarmos, o que estará debaixo da mascara do meu amante, amor ou… ódio?
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