segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Monologo de mulher

“nasci menina, fui mulher, fui filha. fui amada por meus pais, fui muito educada e boa com todos, eu era feliz. muito feliz, quando completei dezenove anos me apaixonei, loucamente, tudo era poesia, tudo era amor e fantasia, tudo. nos casamos dois anos depois, e ainda tínhamos aquela doce essência de primeiro amor. então casada eu fui esposa, fui mulher. logo fui mãe. meu filho chamava-se Gabriel. tudo estava perfeito, estava. um dia tudo mudou, meu amado marido, Victor, mudou drasticamente seu jeito de ser. passou a beber, muito. não parava mais em casa, e começamos a brigar. logo ele começou a passar as noites fora de casa, bebendo com os amigos. nosso perfeito amor se quebrou, brigávamos muitos agora. ele ficou violento. chagava em casa bêbado e me batia na frente do pequeno Gabriel, que tinha seis anos. meu rosto parecia quebrado no espelho. meus sonhos estavam acabados. eu não era mais uma mulher. era uma borra de sangue recolhida num canto do quarto abraçando meu filho e chorando. logo ele começou a bater no pequeno Gabriel também, e eu fazia de tudo para defender o menino. mas ele mutilava meu corpo, eu sangrava muito agora. estou vazia por dentro. certa noite ele quis bater no menino Gabriel, eu o empurrei, ele me jogou contra parede e eu desmaiei. no outro dia acordei e encontrei Victor recolhido no chão do quarto chorando, ele estava com Gabriel no colo, não mas podia se reconhecer o rosto do menino, estava desfigurado, morto e cheio de sangue. não havia alma no rosto de Victor, ele mesmo chorava , mas estava mudo. minha vida tinha acabado. eu fui até a cozinha, peguei uma faca, voltei ao quarto, cortei os pulsos de Victor, e ele não fez nada, ele nem se mexeu. ele esta morto agora, mas eu nunca mais vou voltar a viver....

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